25 de fev. de 2014

Antes da chuva cair




O melhor dia da minha vida III



Hoje ela comprou mais um...

Acha fácil as questões do videoshow, afinal, saiu correndo do trabalho pra não perder o assunto. Imagino que em sua casa a TV se liga quase automaticamente, de rabo abanando, esperando por seu fiel dono.

Não entendi por que ela se pinta tanto, não percebeu o quanto seu corpo clama por um pouco de ação? Rolando a vida alheia para cima, em 26 minutos, seu dedo faz mais ginástica do que fizera ela essa semana. Da pequena pra grande, não larga nem uma nem outra. Fato 1.

Pendura, amarra, pinta, corta, alisa ali. Segue rolando. Será que seu dedo aguenta? O sol vai se pondo e ela aproveita para tirar uma foto e dizer o quanto ama esse astro. Ela ama mais suas curtidas. Fato 2.

Já descobri sua senha, te falta paciência.

Amarrada ao tédio, luta por um pouco de espaço na vida de outrem. Vazio.

Por que tentaria ler o que estou escrevendo? Por que me olhas? Nunca conheceu um homem com uma caneta na mão?

Tatuou o nome do ex-namorado só para poder cobrir com uma borboleta.

Levanta, se a ajeita, faz de tudo para que eu olhe sua bunda. Olhei. Fato 3.

21/01/2014

19 de fev. de 2014

Ter, ser, não, é.

Uma pedra talhada nos diz muito sobre as necessidades dos primeiros seres humanos. Desenterrar raízes, despelar animais e raspar a pele, entre outras utilidades.

Com o tempo o homem talhou mais e mais essa mesma pedra para deixa-la afiada. Logo a pedra sofreu, na mesma proporção, modificações para atender outras necessidades. Com cada nova ferramenta, os seres humanos descobriram diversas formas de utiliza-las. As novas ferramentas criaram novas necessidades que, por sua vez, criaram novos objetos. Todo parafuso carece de uma chave de fenda.

Pode ser um instinto da fase anal, realmente amamos nossas coisas. Sejam úteis, decorativas, refinadas, feias, triviais ou singulares, não podemos evitar deixar indícios em todas as partes sobre a nossa identidade. Indícios de nossa cultura, nacionalidade, ideologia política, afiliação religiosa e inclinações sexuais, nossos objetos refletem quem somos e quem queremos ser. Convertemos nossos objetos em fetiches e embutimos magia e recordações. Transformam-se em artefatos de culto, de desejo e de medo, alimentando nossas paixões e obsessões.

Do batom proibido no Afeganistão a jogos fabricados com folhas de bananeira, como fazem as crianças em Uganda. Contemplamos uma camiseta de futebol que vale um espancamento no Brasil.

Pergunto: Valorizamos as coisas que nunca são tocadas ou as que tocamos continuamente, as mais úteis ou as mais inúteis?

De fato... ter não é ser.

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